Janine Cardoso e André Berezoski, campeões brasileiros de 2005.
Jan/2006 - por: Alê Silva
Esc.esp.br - Este não foi o primeiro título do Brasileiro para vocês dois, quantos já ganharam?
Belê - 2000, 2002, 2004 e em 2005, completando 100 campeonatos participados.
Jan - Ganhei em 1998, 2004 e 2005.
Esc.esp.br - Depois de participar dos mundiais, como vocês vêem o campeonato brasileiro e qual a importância dele para vocês?
Belê - Este ano o brasileiro esteve bem organizado, com supervisão da CBME, com quatro etapas realizadas, organizadas e tudo mais. A diferença ainda é o nível das vias, já que uma eliminatória no mundial está em Xa/b e aqui as finais estão perto do Xa, mas poder vencer mais um brasileiro sempre acrescenta um título importante ao currículo e tem peso fundamental na busca de patrocínio para o circuito de 2006.
Jan - O Brasileiro é importante não só pelo título em busca de patrocínio e reconhecimento, como para dar continuidade ao processo de evolução da escalada de competição aqui no Brasil, com ranking anual acompanhando as regras da UIAA, servindo também para estimular o pessoal que gosta de competir.
Esc.esp.br - Como vocês se mantém motivados depois de tantos anos nesta luta?
Belê - Nestes 13 anos, já vi muita gente começar, parar, voltar e desistir, eu tiro meu sustento da escalada, ou seja, um bom resultado influencia diretamente em alunos e serviços relacionados à escalada, mas a maior motivação está em fazer tudo com muita paixão pelo esporte e que apesar de todas as dificuldades, no fundo sabemos que temos potencial de um dia estarmos enre os tops.
Jan - È muita paixão mesmo! Me envolvi demais com o esporte nestes doze anos, principalmente com competições. Fiquei viciada em tudo que as envolve, desde treino até o trabalho de concentração para controlar a
ansiedade e o frio na barriga no isolamento. Além disso, a oportunidade de ter competido com os melhores do mundo, num ambiente cheio de energia positiva, lotado de um público vidrado na escalada foi sensacional. Essa energia e o aspecto social contam muito.
Esc.esp.br - Quais são os planos para este ano, e o futuro?
Belê - Sem dúvida, o objetivo agora são os campeonatos sul-americanos e mundiais, mas tudo depende de apoios e patrcínio, pois sem eles, todo o investimento e horas de treino se tornam em vão, se não chegarmos lá fora, acredito poder estar competindo por mais vários anos ainda.
Jan - Estou treinando sério para mais uma vez tentar uma semi-final no mundial de Chamonix em julho deste ano. Além de treinar, tenho me ocupado com estudos na faculdade e com minha filha que é a maior riqueza que eu poderia ter construído. Por isso planejo para os próximos dois anos outro filho.
Esc.esp.br - Depois de toda a polêmica de 2005 no paulista, o que vocês acham que realmente possa mudar para este ano? Alguma observação?
Belê - Vejo que a FEMESP e a APEE tentaram fazer, dentro das possibilidades, o melhor, o que os atletas precisam ver é que a organização, calendário e estrutura hoje é muito superior a vários anos atrás e isso é uma evolução significativa para o esporte. Para o ano que vem, o regulamento e estrutura precisam ser revisados para minimizar os problemas, já que extinguir é complicado pois sempre haverá alguém insatisfeito.
Jan - Acho que a APEE tem feito um trabalho admirável e digno de reconhecimento, fruto de dedicação voluntária. Ouvi falar sobre críticas à organização e acredito que elas fazem parte. Quando construtivas, assimila-se e tenta-se melhorar. Quando ofensivas e imaturas, resta pena e silêncio. Uma coisa que pode acontecer para o ano que vem é a preocupação em montar um calendário que não coincida campeonatos brasileiros com prováveis etapas mundiais, afinal estamos indo representar o país lá fora e ficamos prejudicados aqui dentro. No mais, sem dúvida estamos evoluindo, afinal foram quatro etapas paulistas e quatro brasileiras em diferentes estados. Isso sim é uma vitória.
Esc.esp.br - Agradecimentos, patrocinadores, discurso ?!!
Belê - Mandar um beijo pro meu pai, minha mãe pra Xuxa e pra todo mundo que tá me assistindo... brincadeira. Gostaria mesmo de agradecer ao Rômulo Bertuzzi - Desempenho Esportivo, treinador que me aconpanha nos últimos quatro anos, e que merece os méritos de minhas conquistas, à BY - Roupas Esportivas, que SEMPRE me apoiou, à Open Films - Produtora de filmes, que viabilizou minha viagem ao Mundial e Copa do Mundo, à Casa de Pedra, que sempre me deu suporte para que eu me desenvolvesse como profissional e atleta e aos amigos e familiares que fazem parte dessas conquistas.
Jan - Agradeço à Casa de Pedra, em especial ao Alê Silva que faz muito por esse esporte, à APEE, ao Belê que há alguns meses me auxilia como treinador, à Biomecânica Funcional, à Formula Academia e à UNIB.
Contato:
bele@casadepedra.com.br
janine@casadepedra.com.br
Fonte: http://www.escalada.esp.br/entrevistas.htm
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